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A técnica pomodoro



A técnica pomodoro como ferramenta de gestão do tempo, de vencer a procrastinação mas também como forma de alargar a padronização, tão cara ao Lean Manufacturing, do gemba, às funções de suporte e ao trabalho indirecto.


O sumo


Pomodoro de tomate, pedra basilar da dieta mediterrânica, mas não o comestível mas o que inspirou o design de relógios de cozinha, daqueles de fazer bolos que as nossas mães teimam em usar, em vez duma app.


E que por sua vez inspirou a uma técnica que me tem sido muito útil na gestão do tempo, mas que serve o propósito de alargarmos os conceitos de padronização do trabalho, tão caros ao Lean Manufacturing para outros que não operários e mão de obra directa.


A ela recorro para evitar "engonhar" quando em face de uma tarefa desagradável, ou pelo contrário de me disciplinar a largar algo que me dá prazer.


É com base nesta técnica que desenho o meu plano de estudos de piano e é com base nela que planeio os meus dias e que executo os meus projectos.


Todos os grandes "story tellers" e filmes de acção usam ciclos intercalados de períodos de marasmo e picos de intensidade de forma ritmada, sabendo que não podemos estar sempre no pico da atenção e certamente não nos queremos deixar ficar eternamente no marasmo.


A técnica


A técnica Pomodoro, assenta nesse principio, e na pressuposto de o período optimo em que mantemos o foco ronda os 20 minutos. A proposta é que se utilize um temporizador e que se estipulem períodos de foco e de lazer, intercalados entre si.


Até porque coincide com a unidade de tempo que utilizamos (a hora), eu prefiro é a de intercalar períodos de foco de 25 minutos com períodos de lazer de 5 minutos.


A teoria, e a prática (que desta técnica me recorro há já mais de uma década), diz que nos é fácil comprometer com 25 minutos de absoluta concentração, por muito exigente ou monótona que seja a tarefa, se soubermos que no fim desse período nos é permitido um escape de 5 minutos. Ponho o alarme a 25 e ponho mãos à obra.


Da mesma forma, é importante interrompermos a tarefa nos intervalos de 5 minutos de lazer. Quando o alarme finalmente toca, tomo um café, folheio um jornal, dou de comer aos pássaros e quando volta a soar o alarme, regresso. Isso permite ao meu pobre cérebro descansar e reforça a ideia que no fim do período sou recompensada ajudando a consolidar ao hábito, qual reflexo de Pavlov.


Em cada 4 “pomodoros” (ciclos de 25’/5’) paro um “pomodoro” inteiro. Dou um passeio na rua, ouço uma música, leio umas páginas, almoço, toco piano, telefono a um amigo, vejo as noticias e quando o alarme toca, regresso revigorada e resignada.


Para que não olhe para o seu relógio, use o da cozinha, com alarme, se ainda tiver um. Se não tiver, faça o download de uma app para o telefone se bem que esse o obrigará a manter o telefone ligado, grande factor de risco para a sua concentração. Eu comprei o meu pomodoro na Amazon (passo a publicidade):



Com ele organizo o meu dia. A jorna será então de ciclos de 4 pomodoros de trabalho e um de lazer. Sei os pomodoros correspondentes a compromissos e posso fazer a sua lista de ToDo’s para melhor aproveitar os restantes.




Agora está também em condições de verificar o tempo que efectivamente levou em cada tarefa e, para aquelas que são rotineiras, estará em condições de saber ao certo o tempo que lhe tomam.


Começará a estar em condições de melhor prever a dimensão das suas novas tarefas e estará também em condições de se tornar um profissional capaz de prometer e cumprir.



O POMODORO na padronização do trabalho indirecto


Neste momento já deve se deve ter questionado porque não utilizar esta técnica para analisar o trabalho dos indirectos e, à semelhança do que preconizamos que se faça para os operadores de uma linha de montagem, se estudem e se optimizem devidamente as tarefas que lhes compete, rotineiramente, com vista aos mesmos objectivos de qualidade e de produtividade.


Porque não mapear as tarefas que se querem padrão para cada função indirecta, atribuindo-lhes o tempo de execução correspondente e a carga face à disponibilidade.


Porque não nomear e quantificar as tarefas que fazem o dia dos elementos que suportam o gemba, estabelecendo padrões de comportamento a seguir a alocando-lhes o tempo necessário à sua eficaz execução?


Porque não gerir tarefas rotineiras, da leitura do correio, à reunião de equipa, do seguimento de projectos, do feedback dos colaboradores,etc, como elementos de trabalho que compõem um dia.


Porque não começarmos a observar e a combater desvios à norma estipulada e porque não optimizarmos cada tarefa, consistentemente, aumentando assim a eficiência e a eficácia destes colaboradores.


É que a padronização não se esgota no gemba.


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