É impressionante como o tema da cultura, ou melhor, o do comportamento como manifestação dessa cultura, encontra formas de constantemente se insinuar no meu pensamento.
Recentemente dei inicio à pratica de uma nova e fascinante arte marcial: o Kyudo, e dei por mim praticar o Kata correspondente, imitando incansavelmente uma sequência de gestos em representação do que o meu Sensei (mestre) me indicou ser a execução correcta da prática do tiro ao arco Japonês.
Kata, em Japonês, é uma sequência pré-definida de movimentos que visam adquirir um novo comportamento. Não há praticante de arte marcial que não seja capaz de executar de memória (e com harmonia) o seu Kata. Não há praticante de Lean que não tenha já se deparado com esse mesmo conceito no contexto da mobilização dos colaboradores na interiorização da prática da melhoria contínua.
É que não é a mudança cultural "per si" que um programa de melhoria contínua ambiciona mas a sua manifestação sob a forma de comportamentos.
São efectivamente os comportamentos que se querem ajustados para que uma organização seja eficaz na abordagem às oportunidades: desde reconhecê-las, a agir sobre elas de uma forma metódica traduzindo-as em benefícios sustentados.
Mudar essa cultura assenta na definição do comportamento que se quer observar de forma consistente, na sua tradução em rotinas que se possam repetir à exaustão sob a orientação firme dos mestres.
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